Staffordshire Terrier

American Staffordshire Terrier
American Pit Bull Terrier
Staffordshire Terrier

História e Características Gerais da Raça
Esta raça, talvez mais do que qualquer outra, é cheia de controvérsias e mal-entendidos. Confundidos entre American Staffordshire Terrier, Pit Bull Terrier, Staffordshire Bull Terrier, ou até mesmo Bull Terrier (estas duas últimas são raças distintas), estes cães são adorados por seus donos e temidos pela maioria das pessoas.

Com suas origens fincadas nos antigos cães de guerra e de brigas da era romana, os Staffordshires Terriers são fruto do cruzamento entre Bulldogs e terriers (qual o tipo de terrier é motivo de debate, mas é muito provável que tenha sido um English White Terrier, Fox Terrier ou Manchester Terrier).

O objetivo de tal cruzamento era obter um cão forte poderoso como o Bulldog, mas rápido ágil e determinado como os terriers para serem usados em combates e lutas sangrentas entre cães e cães, ou entre cães e outros animais como ursos e touros. Em 1930 estas lutas passaram a ser consideradas ilegais e extremamente combatida pela polícia. Com medo de que a raça fosse desaparecer, um grande apreciador da coragem, força e bravura destes cães, Joseph Dunn, organizou um clube e passou a lutar pelo reconhecimento da raça pelo Kennel Clube da Inglaterra (UKC), o que ocorreu em 1935 e pelo American Kennel Club (AKC) em 1936.

Amstaffs são uma adaptação dos Staffordshires Bull Terriers, trazidos da Inglaterra para os EUA na metade do século 19 e então chamados Bull-and-Terriers ( acabaram ganhando o nome Staffordshire para não serem confundidos com os Bull Terriers que conhecemos hoje) ou Half-and-Half (Meio-a-Meio). Em 1936, um grupo de criadores que queriam exibir seus cachorros nos eventos do American Kennel Club, formaram um clube para obter o reconhecimento do American Pit Bull Terrier. Em junho deste mesmo ano a raça foi aceita com o nome de Staffordshire Terrier e a denominação “American” foi adicionada em 1972 para melhor diferencia-los dos Staffordshire Bull Terriers.

American Staffordshires foram muito usados na Primeira Guerra Mundial, e justamente um deles, chamado “Stubby”, foi o mais condecorado cão de guerra, atingindo o posto de Sargento.

Enquanto que muitos cachorro usados em brigas são chamados de Pit Bulls, só o American Pit Bull Terrier tem, verdadeiramente, esta denominação incorporada ao seu nome. Por ironia, a raça possui também incorporado ao seu nome a palavra “American”, mas não é reconhecida pelo American Kennel Club, embora o seja pelo UKC.

Infelizmente estes cães ainda são usados em lutas clandestinas e sua agressividade natural contra outros animais é super estimulada por donos inescrupulosos, o que veio a criar uma fama de assassino, malévolo e possuidor de uma ferocidade descontrolada, inclusive contra pessoas, o que fez com que esta raça esteja proibida em diversos países em todo o mundo.

Atualmente o Amstaff é maior, mais pesado, e com uma cabeça mais poderosa do que seus ancestrais ingleses, os Staffordshires Bull Terriers.

O American Pit Bull Terrier costuma ser maior e mais pesado do que o American Staffordshire Terrier e seu padrão ainda segue o antigo propósito de participação em lutas. Enquanto que os Amstaffs e StaffBull são mais dóceis e mais orientados para o convívio com outros animais, os Pit Bulls ainda tendem a ser um pouco mais agressivo com o gato da vizinha, mas sem dúvida nenhuma, se tratados corretamente, se tornam uma excelente companhia.

Tamanho:
American Staffordshire Terrier
Machos: de 44 cm a 48cm
Fêmeas: de 40cm a 43cm

American Pit Bull Terrier
Machos: de 46 cm a 56 cm;
Fêmeas: de 41,5 cm a 50,5 cm

Staffordshire Bull Terrier
Machos: 35,5 cm a 40,5 cm;
Fêmeas: de 32 cm a 36 cm ) ;

Peso:
American Staffordshire Terrier
De 17 a 20 quilos.

American Pit Bull Terrier
De 23 a 36 quilos

Staffordshire Bull Terrier
De 11 a 17 quilos.

Aparência:
Corpo poderoso, forte e vigoroso; movimentos ágeis e musculosos.

Pelagem e Cor:
Pelagem lisa, curta, espessa e rente; Quaisquer cores sólidas, bicolores ou manchadas são permitidas, inclusive tigradas; No caso do American Staffordshire Terrier, mais do que 80% de branco, bicolor preto e dourado, ou a cor fígado são desencorajadas.

Cabeça:
American Staffordshire
Crânio largo, de tamanho médio, com focinho arredondado; olhos redondos, escuros e bem separados; orelhas pequenas, aparadas curtas ou não, posicionadas no alto da cabeça;

American Pit Bull
Crânio largo, com o topo achatado, com focinho quadrado e longo; olhos arredondados e escuros; orelhas cortadas ou naturais;

Staffordshire Bull
Crânio achatado, quadrado, com focinho poderoso e afinalado; olhos arredondados, de tamanho médio, castanho-escuros; orelhas eretas ou dobradas, pequenas ou médias, que não podem ser cortadas.

Cauda:
American Staffordshire
Pequena, baixa e afinalada;

American Pit Bull
Média afinalada, forte e ligeiramente curva;

Staffordshire Bull
Média, baixa, grossa, afinalada e reta.

Expectativa de Vida:
10 a 13 anos.

Perfil da Raça
Nada está mais longe da verdade do que a fama de assassinos, terrivelmente agressivos, instáveis e briguentos, Extremamente inteligentes, corajosos, leais, devotados e afetuosos com seus donos, pacientes com crianças e obedientes(mas algumas vezes também podem ser bem teimosos), estes cães são também brincalhões, engraçados e bem humorados. Adoram aprender novos truques e são cães de guarda natos.

Na verdade, muitos donos novatos nas artimanhas destas raças, chegam a duvidar da capacidade destes cães, tão dóceis, em proteger e defender seus donos e propriedades. Esta dúvida nunca deveria existir. Estes cachorros são famosos por sua sensibilidade em prever a intenção de estranhos; ao mesmo tempo que eles podem receber uma pessoa abanado o rabo e dando um largo “sorriso”, não hesitaram em mostrar toda a sua valentia caso sua família seja ameaçada ou a propriedade invadida. Este é um instinto tão aguçado que Amstaffs, Pit Bulls e StaffsBulls não necessitam e nunca deveriam ser incentivados a super proteger seus donos e familiares.

Com uma natureza “pouco tolerante” com outros animais, estas raças não são naturalmente agressivas com seres humanos. Mesmo quando eram usados para rinhas de cães e lutas com outros animais, estes cães eram facilmente separados sem que tentassem morder seus donos. Faz parte da história destes cães que, quando eram jogados para o alto, chifrados pelos touros, os donos corriam para ampara-los nos ombros afim de evitar que eles caíssem no chão. Mesmo machucados, com raiva e excitados pela luta, eles nunca mordiam os donos e voltavam prontamente para atacar os touros.

Um dos cães mais fortes do mundo, considerando o seu tamanho (um cão de cerca de 32 quilos bateu o recorde ao arrastar uma carga de mais de 900 quilos), eles são altamente auto-confiantes, alertas e equilibrados.

Capaz de se manter sempre jovial e alegre, estão sempre interessados em participar de brincadeiras,. Eles também adoram ficar deitados no sol ou simplesmente aos pés de seus donos. Talvez uma coçadinha na barriga caia bem.

Outra característica típica destas raças é de que eles não têm a menor pretensão de respeitar o território alheio, como maioria dos cães fazem. Para eles, qualquer coisa que esteja sob suas patas ou ao seu alcance lhes pertence, e ponto final.

Uma companhia de primeira quando amado, socializado, exercitado e treinado, estas raças podem se tornar o pior pesadelo do dono de um cachorro quando não são socializados, treinados, ficam sem supervisão, ou abandonados no fundo de um quintal. Sendo super esperto, forte e cheio de personalidade, se deixado para fazer o que bem entender ele facilmente aprende como manipular e intimidar donos fracos e omissos.

Para ser um bom “treinador” destes cães é preciso ser consistente, firme, calmo, rápido na recompensa e justo na correção, além é claro, de ter um bom senso de humor e ter a capacidade de convencê-los de que você é mais cabeça-dura do que eles.

Como todos os cães, e principalmente aqueles que foram desenvolvidos por seus atributos de agressividade, estas raças deveria ser cuidadosamente escolhidas com base na observação do temperamento dos pais, ser altamente socializada, treinadas e tratadas propriamente. Nem todos os Pit Bulls são maus, mas todos são fortes e se desafiados e provocados atacam sem medo, com uma mordida capaz de quebrar ossos e mutilar membros. Eles são “mais” do que a maioria dos donos de cães podem controlar e deveriam ser possuídos apenas por pessoas capazes de canalizar tanto poder para áreas construtivas.

O pior inimigo destas raças são os donos e criadores irresponsáveis, que insistem em estimular a agressividade natural e parecem preferir os cães que não apresentam o temperamento padrão da raça. Se os donos destes cães não se conscientizarem de suas responsabilidades e não pararem de incentivar seus cães para atacar outros cães ou estranhos, em pouco tempo os Pit Bulls (e consequentemente Amstaffs e StaffBulls) vão acabar banidos e desaparecendo, como já aconteceu com várias outras raças que caíram em “desgraça”, pelos mesmos motivos que estão levando estes cães a adquirir uma péssima fama.

No livro The Intelligence of Dogs, o autor Stanley Coren, classifica o American Staffordshire e o Staffordshire Terrier em grupos diferentes. O livro não analisa o Amercican Pit Bull Terrier.

O American Staffordshire Terrier ocupa a 34ª posição entre as raças pesquisadas, em termos de obediência e também na execução de tarefas de trabalho. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados acima da média nas habilidades de trabalho. Embora eles demonstrem um entendimento preliminar de novas tarefas simples depois de 15 repetições, normalmente serão precisas de 15 a 20 repetições antes que eles obedeçam de forma mais imediata. Estes cães se beneficiam enormemente de sessões extras de treinamento, especialmente nos primeiros estágios de aprendizagem. Depois que eles aprendem e adquirem o hábito do novo comportamento, eles geralmente retêm os comandos com uma certa facilidade. Outra característica destes cães é que eles costumam responder logo no primeiro comando em 70% dos casos, ou ainda melhor que isso, dependendo da quantidade de tempo investido no treinamento deles. A única coisa que os separa dos melhores cães em obediência é que eles tendem a demorar um pouquinho mais de tempo entre o comando dado e a resposta, além disso eles parecem ter um pouco mais de dificuldade em se concentrar no comando na medida em que o dono se distancia fisicamente deles. No entanto, quanto maior a dedicação, paciência e persistência do dono/treinador, maior o grau de obediência desta raça.

O Staffordshire Terrier ocupa a 49ª posição entre as raças pesquisadas, em termos de obediência e também na execução de tarefas de trabalho. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas.
Durante o período de aprendizado eles irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.
Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência.

Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que, a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já sejam necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.

Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não se tornem “impossíveis”.