Shih-Tsu

História e Características Gerais da Raça
A lenda do Shih-Tzu chega até nós na forma de documentos, pinturas e objetos de arte muito antigos. Durante a Dinastia Tang, K´iu Tai, rei de Viqur, deu para a côrte chinesa um casal de cães, dizendo que eles vinham de Fu Lin (Império Bizantino)

Outra teoria sobre a história desta simpática bolinha de pêlos se passa em meados do século XVII, quando os cães foram trazidos do Tibet para a corte chinesa, onde foram criados em Pequim. Muitas fotos desses cães foram mantidas no “The Imperial Dog Book”.
Os menores destes cães assemelham-se a leões, conforme representado na arte oriental.
Na crença budista há a associação deste cão com sua divindade. Era também chamado de cão cara de crisântemo, pelo fato de seus pêlos caírem pelo rosto em todas as direções.

Esta foi durante muito tempo a raça preferida nos castelos imperiais da China. Acredita-se que o Shih-Tzu, que significa Cão Leão em chinês, é nativo das montanhas do Tibet, resultado de cruzamentos entre o Pequinês nativo e do Lhasa Apso, o cão sagrado do Tibet, que havia sido presente do Dalai Lama.

O Shih-Tzu foi uma raça muito protegida, pois era considerada membro da família real chinesa, por isso muito poucos exemplares foram oferecidos para exportação. Esses cães eram pequenos, inteligentes e extremamente dóceis. Sabe-se que a criação do Shih-Tzu era delegada a eunucos que disputavam entre si para produzir exemplares que agradassem ao máximo o imperador. Os escolhidos tinham seus quadros pintados em tapeçarias, e o eunuco responsável pelos cães recebia presentes do imperador. Segundo os historiadores da raça, o Shih-Tzu não foi conhecido fora da China antes de 1860, quando o Palácio Imperial de verão foi invadido por tropas inglesas e francesas. Ainda segundo estes estudiosos a raça foi praticamente extinta durante a revolução comunista da China, sendo salva graças a 7 fêmeas e 7 machos que restaram.

Apesar de tanta restrição quanto a saída destes cãezinhos da China, alguns exemplares se deram muito bem na Europa, e de lá foram levados pelos soldados após a II Guerra Mundial para os Estados Unidos. Mais de vinte anos depois o Shih-Tzu foi reconhecido como raça pelo American Kennel Club, entrando no grupo dos Toys. Atualmente é uma das raças mais conhecidas deste grupo, e sua elegância faz com que ele tenha admiradores pelo mundo todo.

O Shih-Tzu é um cachorro de muita personalidade, que exige afeição e atenção, sendo uma excelente companhia. Não precisa de tanto exercício como os cães maiores, nem come tanto quanto eles. Aprende rápido as lições ensinadas e tem razoável paciência com crianças. O único trabalho extra que o dono do Shih-Tzu vai encontrar pela frente é com o pêlo, que precisa de escovação diária para que ele mantenha o brilho e fique livre dos nós indesejados.

É um cãozinho ativo como a maioria dos toys, alerta, vigoroso e inteligente.

Tamanho:
Na FCI (Federação Cinológica Internacional) o padrão determina o peso ideal entre 4,5 a 8,1kg (preferivelmente não passando de 7,3kg ), e altura máxima de 26,7cm na cernelha, sendo que as características da raça são mais importantes do que o tamanho em si do cão. No AKC (Amrican Kennel Club) a altura padrão é de 23 a 26,7 cm, sendo o limite máximo de 28 cm e o mínimo de 20,3 cm. O peso ideal varia entre 5,4 kg e 6,8 kg, não devendo passar de 8,2 kg, nem ser inferior a 4 kg.

Aparência:
É de extrema importância que ele seja totalmente bem balanceado sem características exageradas. Ligeiramente mais comprido que alto, anda com a cabeça erguida e com a cauda portada alta, bem peluda, curvada sobre seu corpo.

Pelagem e Cor: Tem pelagem dupla, ou seja, pêlo e sub-pêlo, luxuosa, densa, longa e graciosa, não cacheada. Uma leve ondulação é permitida. Todas as cores são permitidas, tanto sólidas como com marcações.

Cabeça:
Olhos bem separados, grandes, escuros e arredondados, não proeminentes. A expressão do olhar é doce e amigável. Stop definido. Focinho curto e quadrado. A cabeça deve ser redonda, sem ser muito pequena nem muito grande, mas proporcional ao resto do corpo. Orelhas grandes e caídas, bem peludas. Nariz, lábios e contorno dos olhos bem pigmentados.A mordida deve ser ligeiramente prognata inferior ou torquês.

Temperamento:
Como a única proposta do Shih-Tzu é a companhia, é essencial que ele seja sociável, alegre, afetuoso, amigável e confiável.

Cauda:
Conforme descrito na aparência, portada alta, peluda e curvada.

Expectativa de vida:
De 12 à 14 anos, podendo chegar a 18 anos. Assim como acontece com quase todas as raças, o Shih-Tzu também está predisposto a algumas doenças tais como: Deslocamento de retina; hipotiroidísmo; problemas das articulações tais como luxação de patela e displasia, atrofia renal e catarata juvenil.

Perfil da Raça
Apesar de ser muito parecido fisicamente com o seu “primo” o Lhasa Apso, o Shih-Tzu tem um temperamento bastante diferente. Basicamente oShih-Tzu é mais afável com estranhos, menos possessivos de seus donos e objetos, além de não se comportar como o grande guardião da casa.

Shih-Tzu é um cachorro de pequeno porte, que vive muito bem em apartamento, mesmo pequeno, quanto em uma casa, desde que ele não seja obrigado a viver do lado de fora. Adapta-se muito bem ao esquema de vida dos donos, ou seja, aprende tanto a fazer xixi no jornal como na rua, pode ser mais ou menos ativo nos passeios, brincar muito ou ficar deitado no sofá, e acostuma-se facilmente a pessoas novas também. Seus passeios podem se resumir a três curtas caminhadas diárias de uns 15 minutos cada. Apesar da pelagem longa, não perde muito pêlo. Mas como já foi dito, ele deve ter escovação diária para manter o brilho e vivacidade e não embolar.

Como todos os cães, este também tem uma razão de ser: Ele simplesmente quer amar e ser amado. Não espere sair para caçar, correr ou fazer exercícios vigorosos com seu cão se ele for um Shih-Tzu. É claro que quando você voltar ele estará lá, lindo e contente, esperando com muita festinha. Não costuma latir muito, mas se chega alguém na porta ele avisa.

É uma raça que adora aprender coisas novas, mas se você prefere não ensinar nada e torná-lo um cãozinho mimado, tudo bem, ele assim o será. Neste caso as consequências são previsíveis: Você terá um cachorrinho que vai querer viver no colo e ter atenção total. Mas em compensação, se você quiser trabalhar com ele, terá uma grata surpresa ao ver como este camaradinha responde bem ao treinamento. É um cão ativo e alerta, mas não gosta de ambientes muito barulhentos. É relativamente fácil conviver com um Shih-Tzu, pois se você quiser brincar, ele brinca. Se você for descansar, trabalhar ou tiver que deixá-lo sozinho, é só deixar vários brinquedos interessantes que ele se vira bem.

Uma das características mais marcantes do Shih-Tzu é sua personalidade. Muito amigável, sem sinais de agressividade, ótima companhia para crianças e outros cães. São conhecidos também por adorar brincar e fazer travessuras pela casa, ao mesmo tempo em que podem permanecer sentados, apenas olhando intensamente pro dono esperando um chamado para um afago gostoso.

Ele é sociável até mesmo com estranhos, recebendo bem as visitas depois de descobrir que são amigos. Essa é uma das razões que o tornou popular, fazer amigos por onde passa. Tem a típica personalidade dos cães de colo. Adora ficar deitado em algum canto de casa, com as patas esticadas, roncando suavemente. Se puder escolher, vai ficar enrolado no seu colo o tempo todo. Uma outra característica, bastante apreciada por seus donos, é o fato Shih-Tzu se dar sempre muito bem com outros animais, cães, gatos, ferrets,etc…

No padrão da raça, descrito pela FCI (Federação Cinológica Internacional), o temperamento desejado do Shih-Tzu é amistoso e independente, inteligente, ativo e alerta. Na prática os Shih-Tzu não são tão independentes assim, alguns são super apegados aos seus donos, embora costumem ficar quietinhos quando deixados só.

Embora sejam pequenos eles não são frágeis e toleram bem carinhos mais “descuidados” de crianças pequenas, por exemplo.

Um possível “problema”para futuros donos de Shih-Tzu é o cuidado necessário com o pêlo, principalmente o do rosto que ao ficar molhado (quando o cãozinho bebe água por exemplo) pode ficar com um cheirinho desagradável. Uma alternativa fácil para contornar a situação é o uso de bebedouros especiais, semelhante aos usados em coelheiras, que não deixam o pêlo molhado.

Ao mesmo tempo em que seu belíssimo pêlo é um grande atrativo para quem vê um Shih-Tzu, mas nunca possuiu um, quem tem este lindo cachorrinho sabe que para manter seu cão lindo e saudável é preciso escová-los todos os dias, no caso dos pêlos estarem longo e pelo menos 3 vezes por semana para quem prefere manter o pêlo curtinhos. A tosa (corte dos pêlos) será necessária em cada 4 ou 6 semanas.

Para quem está pensando em ter um filhotinho de Shih-Tzu, é bom saber que o ideal é que ele pudesse ficar na companhia da sua mãe até completar 10 semanas de vida e na companhia de seus irmãos até completar 12 semanas. Isso porque, segundo os criadores de Shih-Tzus amadurecem mais lentamente do que outras raças pequenas e, inclusive, demoram mais a desmamar.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren o Shih-Tzu ocupa a 70ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados extremamente difíceis de serem treinados para executar tarefas. Normalmente são necessárias de 30 a 40 repetições de simples comandos, no início do treinamento, para que eles comecem a demonstrar alguns sinais de que estão entendendo o que se espera deles. Não é raro que estes cães precisem executar mais de 100 vezes um comando de forma correta, antes de se tornarem confiáveis na sua performance.

O treinamento de obediência básica normalmente deve ser estendido por várias sessões., e mesmo assim eles podem parecer lentos e desinteressados na conclusão dos comandos. Uma vez que estes cães tenham absorvido totalmente o comando, será necessário manter o treinamento periodicamente, uma vez que eles parecem “desaprender” numa velocidade muito grande. Na verdade, se o treinamento não for mantido, eles darão a impressão de que nunca aprenderam nada.

Alguns juizes e treinadores costumam dizer que eles são “intreináveis”, mas outros afirmam que na maioria das vezes o treinador e/ou o dono não tiveram a paciência e a persistência de manter o treinamento por tempo suficiente afim tornar os comandos de obediência em hábito de comportamento.

Eles tendem a reagir com algum interesse em menos de 25% das vezes em que um comando lhes é dado e não raro eles simplesmente dão as costas aos seus treinadores, como que se estivessem desafiando a autoridade destes.

Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.