Rhodesian Ridgeback ou Leão da Rodésia

História e Características Gerais da Raça
Quando os Alemães e Holandeses emigraram para a África do Sul nos séculos 16 e 17, levaram com eles diversos cães como Mastiffs, Dogue Alemães, Greyhounds, Bloodhounds e Terreirs entre outros.

Os nativos da região, uma tribo chamada Khoikoi, possuíam cães de caça que eram meio selvagens e cuja maior característica era uma faixa de pêlos, bem no meio das costas, que nascia no sentido contrário do resto do pêlo do cão. O cruzamento dos cães nativos com os cães trazidos pelos Europeus foi a fundação da raça atualmente conhecida como Rhodesian Ridgeback, ou também chamados de African Lion Hound.
Extremamente resistentes, capazes de ficar mais de 24 horas sem água e dias sem comida, sem falar na capacidade de se adaptar a mudanças dramáticas de temperatura (altas temperaturas durante o dia e durante a noite frio e umidade), estes cães eram ideais para o trabalho nas fazendas.

Em 1877 o reverendo Charles Helm trouxe 2 Ridgebacks para a Rodésia (atual Zimbábue), onde os caçadores de grandes animais acharam a raça perfeita para a caçada de leões e outras presas. Resistentes e corajosos, eles eram capazes de acompanhar seus donos que seguiam a cavalo, e em grupos não hesitavam em enfrentar a fúria e a força de leões. Iniciou-se então o aprimoramento da raça com base nas suas aptidões de caçador. Os padrões da raça foram definidos em 1922 por um grupo de criadores de Rhodesian, e até hoje não foram modificadas.

Rhodesians são dotados de uma visão apuradíssima e enxergam suas presas muito antes que o caçador possa localiza-la. Sua forma de ataque é normalmente constituída por 2 cães que atacam pelos lados e um pela frente, encurralando o animal até que o caçador possa abatê-lo.

Rhodesians são muito limpos e quase não soltam pêlos. Normalmente a troca de pelos só ocorre duas vezes por ano de uma forma bastante branda.

Tamanho:
Machos: entre 63,5 cm e 68,5 cm;
Fêmeas: de 61 cm a 66 cm (na cernelha).

Peso:
Machos: em torno de 34 quilos;
Fêmeas: em torno de 29,5 quilos.

Aparência:
Corpo balanceado, musculoso, com movimentos poderosos e ágeis.

Pelagem e Cor:
Pelagem curta, densa e brilhante; uma linha simétrica e bem definida de pêlos nasce no sentido contrário, bem no meio das costas, desde os ombros até os quadris; As cores permitidas, são: do trigo escuro até o trigo bem claro e vermelho; pequenas manchas brancas no peito e nos dedos são permitidas.

Cabeça:
Crânio reto, largo, com focinho longo e poderosas mandíbulas; olhos redondos, bem afastados, combinando com a cor do pêlo; orelhas de tamanho médio, posicionadas no alto da cabeça, pendentes, de ponta arredondada e afinaladas.

Cauda:
Forte, afinalada, levemente curva e com chumaço de pêlos mais longos na ponta.

Expectativa de vida:
de 12 a 15 anos

Perfil da Raça
Enquanto são filhotes, os Rhodesians são pura energia, diversão, curiosidade e vivacidade. São tão esfuziantes em sua brincadeiras e demonstrações de carinho que chegam a ser meio espalhafatosos. São companheiros e adoram muita atividade e brincadeira. São ideais para fazer companhia a jovens adolescentes. No entanto, porque Rhodesians crescem muito rápido e são estabanados, não é aconselhável que se deixe crianças pequenas brincarem no meio destes pequenos “potros” sem a supervisão de um adulto. Pelo menos não até que os cães atinjam a maturidade, por volta dos 2 anos de idade. Quando Rhodesians e crianças aprendem a brincar com respeito e carinho eles se tornam os melhores amigos, e esta amizade dura para toda a vida.

Normalmente os Rhodesians são muito seguros e não encaram outros animais como ameaça, inclusive podem se tornar grandes amigos decachorros pequenininhos, e até mesmo de gatos, se forem acostumados desde pequenos a brincar e conviver com eles. A raça não é encrenqueira, nem é do tipo que causa problemas atoa mas, se forem atacados ou ameaçados por outro cão, dificilmente eles desistem de seus postos e partem para a briga para defender a si próprio, seu território, ou ao seu dono, sem medo.

Como todo cão de caça, Rhodesians devem ser exaustivamente treinados antes de serem mantidos fora da coleira ou em grandes áreas abertas. Por possuírem um faro muito apurado, uma excelente visão e uma velocidade assustadora, estes cães saem em disparada atrás de um gato ou qualquer outro animal, antes que os donos possam tomar qualquer atitude para impedi-los. Exercícios de “recall” (quando o cão é chamado e volta imediatamente para o dono) devem ser praticados constantemente, sempre de uma forma divertida e alegre. Nunca chame o seu cão para dar-lhe uma bronca ou para força-lo a fazer alguma coisa da qual ele não gosta.

Como cão de guarda, não espere que um Rhodesian seja extremamente agressivo e intimidador. Eles dificilmente latem e, quando latem, sempre há um motivo para fazê-lo. Vale a pena investigar. Também não é uma raça que vai ficar latindo incessantemente. Além de ser fácil ensiná-los a parar de latir, um Ridgeback irá, instintivamente, calar a boca assim que ele considerar que o dono entendeu e investigou suficientemente a causa do alarme.

Por serem cães que apreciam muito a proximidade de seus donos, se deixados do lado de fora da casa durante o dia todo e sem a interação de seres humanos, Rhodesians ficam entediados facilmente e é bastante comum que nestes casos o dono vá encontrar imensos buracos no jardim. Talvez eles até consigam “desencavar” um ou dois chineses. Para tentar melhorar a situação é necessário que se estabeleça uma rotina diária de exercícios físicos e um horário para brincar e fazer cafuné no “pequeno” peludo. Se mantidos dentro de casa é bom lembrar, e também lembrar ao cão, que ele não é e nem será um cachorrinho de colo. Se o dono permitir, Rhodesians irão ficar grudados o dia todo, subirão na cama, no sofá, na poltrona predileta e especialmente no seu colo.

Com um mínimo de rotina e consistência é bastante fácil ensinar a um Ridgeback as regras básicas da boa educação e onde é ou não é permitido fazer as necessidades. Quando treinados propriamente, desde filhotes, dificilmente um cão adulto terá problemas para fazer o xixi e cocô na rua e tampouco terá que ser confinado numa área específica da casa por não saber se comportar, ou por ser destruidor de objetos alheios. Na verdade, o maior problema destes bichões é a aparente herança genética para se tornar um ladrão de comida. Mesas postas são verdadeiros self-service para estes malandros. “Bons-de-boca”, dificilmente recusam uma guloseima. Além de treinar seus cães para obedecer os limites da mesa, os donos de Rhodesian deviriam estar sempre atentos ao excesso de peso que pode acometer este cães, se eles tiverem acesso a uma quantidade livre de comida.

Embora adorem dar longos passeios com seus donos e até mesmo galopar ao lado da bicicleta ou enquanto o dono faz jogging, Rhodesians também terão o maior prazer em simplesmente ficar deitados perto de seus familiares queridos, especialmente quando se tornam adultos, pois além de mais dóceis e mais obedientes, eles também se tornam mais calmos.

As pessoas que verdadeiramente apreciam a personalidade de um Rhodesian Ridgeback podem ter certeza de ter encontrado um grande amigo e companheiro, para a vida toda.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren, o Rhodesian ocupa a 52ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas.

Durante o período de aprendizado eles irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.

Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência

Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que, a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já sejam necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.

Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não se tornem “impossíveis”.