Italian Greyhound ou Pequeno Lebrel Italiano

História e Características Gerais da Raça
O Pequeno Lebrel Italiano é uma raça muito antiga, descendente dos Greyhounds anões que eram usados como cães de companhia. Acredita-se que foi originada há mais de 2000 anos nos países hoje conhecidos como Grécia e Turquia. Essa crença baseia-se nas representações de pequenos greyhounds nos antigos objetos de arte e decoração desses países e, também, na descoberta arqueológica de esqueletos de pequenos greyhounds. Além destas evidências, múmias de um cão muito parecido com o Pequeno Lebrel Italiano foram encontradas em tumbas no Egito Antigo.

A raça era a favorita de James I da Inglaterra, Catarina a Grande, da Rússia, Ana da Dinamarca e Rainha Vitória entre outros. Frederico o Grande, da Prússia gostava tanto de seus exemplares que sempre levava um acompanhando-o nas guerras. Quando seus Pequenos Lebréis morriam, ele os enterrava com suas próprias mãos no terreno de seu palácio Sans Souci. Os herdeiros de Frederico realizaram seu último desejo feito antes de morrer e levaram o que sobrou dele para o mesmo terreno, ao lado dos seus cães.
Na Idade Média, a raça havia se espalhado através do sul da Europa e tornou-se a favorita dos italianos, que gostavam de cães bem pequenos, no século XVI. Foi devido a essa popularidade na Itália nessa época que a raça ficou conhecida como Italian Greyhound, ou Pequeno Lebrel Italiano. Desse período em diante a história da raça é bem traçada, já que se espalhou pela Europa e chegou na Inglaterra no século XVII. O American Kennel Club registrou o Pequeno Lebrel Italiano pela primeira vez em 1886.

Sua delicadeza, refinamento e suavidade faz dele uma companhia deliciosa. Uma de suas maiores características é a docilidade..

É o menor dos sighthounds (cães que caçam usando a vista). Seu tamanho é resultado de cruzamentos seletivos. Há diferenças de opiniões, uns dizem que a raça foi desenvolvida para pequenas caças, outros dizem que foi desenvolvida apenas para ser um cão de companhia. Parece que o Pequeno Lebrel Italiano se encaixa nas duas opções, por isso se adapta tão facilmente ao campo ou à cidade.

Seu pêlo curto e macio não dá muito trabalho. Não tem cheiro forte nem é muito barulhento, seu latido é proporcional ao seu tamanho. Apesar de aparentar fragilidade, a raça é resistente, raramente fica doente e, apesar de ser sensível a temperaturas baixas, se dá bem em países muito frios quando criado dentro de casa e com o uso de “roupinhas” para dar os seus passeios.

Uma particularidade da raça é a sua maneira de andar, que parece o cavalgar dos mais respeitados cavalos do circo.

Para se escolher um filhote de dois a quatro meses existem alguns pontos principais, que são o seu tamanho diminuto, leveza e aparência frágil e o evidente arco no lombo.

Apesar de serem considerados cães tímidos, são muito bem dispostos. São muito ligados aos donos e aprendem com relativa facilidade, quando ensinados com paciência e carinho. Sua comida, exercício e necessidade de tratos são mínimas e, embora possa ser um pouco mais difícil, eles aprendem a fazer xixi no lugar certo desde que você tenha muita paciência.

Não exagere nos exercícios com o Lebrel Italiano, eles adoram brincadeiras mas têm o físico delicado. Ele é extremamente rápido, mas pode se machucar. São muito ativos quando jovens e curiosos, pulando facilmente de cadeiras para mesas e pelos móveis próximos. Como o Pequeno Lebrel gosta de brincar correndo e batendo uns nos outros, as brincadeiras em grupo entre eles deve ser sempre supervisionada para evitar machucados. A brincadeira com cães maiores não é recomendável. Pode ser uma boa companhia para corridas de curta distância com os donos, mas é melhor ainda quando o passeio é apenas uma caminhada.

Tamanho:
Normalmente entre 32 cm a 38 cm (altura da cernelha).

Peso:
Varia de 2,5 a 5 quilos.

Aparência:
Corpo de extensão média, formando um arco que começa no dorso e vai até o lombo, deixando as costas curvadas. Peito profundo.
Pelagem e Cor:
Pêlo fino e curto, lustroso, acetinado, macio ao toque. Qualquer cor e marcação são aceitáveis.

Cabeça:
Estreita e alongada, afilando-se até o nariz. Crânio longo, quase achatado. O nariz sempre escuro, dependendo da cor do cão pode ser marrom ou preto. Mordedura em tesoura. Olhos escuros, brilhantes, olhar inteligente, tamanho médio. Orelhas pequenas, textura fina, fica para trás dobrada, exceto em alerta.

Cauda:
Esguia, fina, baixa com o final em curva, longa o suficiente para alcançar o jarrete.

Expectativa de vida:
14 a 15 anos.

Embora estes amiguinhos sejam normalmente bastante saudáveis, a raça pode apresentar problemas de hipotiroidismo, atrofia de retina, convulsões, epilepsia e luxação de patela.

Sua maturidade física (idade quando normalmente eles param de crescer) varia entre 8 meses e 1 ano e meio, dependendo do tamanho e da linhagem do cão, já a sua maturidade emocional (idade em que eles se acalmam um pouco e deixam de ser tão crianções) pode chegar só aos 3 ou 4 anos. Para alguns donos este é um grande atrativo, para outros é motivo de desespero.

Perfil da Raça
Ele aprecia o conforto do luxo de um apartamento, ao mesmo tempo que é um hound, ou seja, gosta de exercícios e atividades externas, isso quando o clima permite.

Talvez a característica mais perceptível no Pequeno Lebrel Italiano é a sua disposição para dar e receber carinho. Ele se desenvolve melhor quando tratado com gentilezas e mimos, e se mostra muito feliz na companhia dos donos e familiares. Por esse motivo ele pode, algumas vezes, não dar bola para estranhos. Ele é sensível, alerta e inteligente e permanece brincalhão mesmo depois de adulto.

Adapta-se bem facilmente na nova casa e se dá bem com outros animais e com crianças, principalmente as maiores se forem apropriadamente socializados enquanto filhote. Ele gosta de agradar e aprende rapidamente.

As linhas delicadas do Pequeno Lebrel Italiano, sua suavidade, olhos suplicantes, natureza gentil e hábitos de higiene faz dele uma ótima opção para escolha de raça. E não se preocupe, ele não é tão frágil quanto aparenta. Eles têm a constituição mais forte do que se supõe ao ver um exemplar. Naturalmente ele não está apto a encarar clima muito frio ou úmido, mas fora isso não precisa de muitos mimos. Um outro cuidado extra é não deixar o filhote sair correndo como um louco dentro de casa (eles adoram fazer isso), principalmente se o piso for muito liso, já que tombos e quedas podem favorecer fraturas.

Manso, tranquilo, submisso, é muito apegado e dependente do dono. Brincalhão e inteligente, as vezes pode ser tímido. Normalmente comporta-se bem. Qualquer coisa que se queira do Lebrel deve ser pedido com calma. Pacífico, não gosta de muita algazarra e barulho, situações que geralmente o assustam.

É preciso tomar cuidado para não deixar que eles se tornem destrutivos quando deixados sozinhos.. Se for preciso deixar seu filhote por mais do que 3 horas seguidas sozinho, o melhor é acomodá-lo confortavelmente numa área restrita. Se você tem pouco tempo para se dedicar ao seu cão, não gosta de cachorro que está sempre por perto, ou quer um cachorro para ficar do lado de fora da casa esta não é a raça mais indicada. Da mesa forma que o Lebrel Italiano não serve para quem quer ter um cachorro que obedeça mediatamente qualquer comando.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren, o Lebrel ocupa a 60ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados apenas como aceitáveis no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas. As vezes é preciso cerca de 25 repetições antes que eles comecem a mostrar algum sinal de entendimento do comando novo e provavelmente serão precisas outras 40 a 80 repetições antes que eles se tornem confiáveis em tal comando. Ainda sim o hábito de responder ao comando pode parecer fraco.

Muita prática, com várias repetições, será preciso para que a raça finalmente atenda aos comandos prontamente e se torne obediente. Se eles não forem treinados várias vezes, com extra dose de persistência, estes cães irão agir como se tivessem esquecido completamente o que se espera deles. Sessões ocasionais de reforço serão necessárias para manter a performance do cão num nível aceitável. Se os donos trabalharem apenas o “normal” para manter seus cães treinados, os cães irão responder prontamente no primeiro comando em apenas 30% dos casos. E mesmo assim, eles obedecerão melhor se o dono estiver muito perto deles fisicamente. Estes cães parecem estar sempre distraídos e que obedecem apenas quando eles assim desejam.

A maioria dos donos descreve seus cães com os mesmo adjetivos usados para se descrever um gato. No treinamento eles parecem independentes, esnobes, que se aborrecem facilmente e assim por diante. Um treinador experiente, com muita paciência, tempo, que seja firme e ao mesmo tempo carinhoso, é o que irá conseguir tirar o melhor destes cachorros, mas mesmo assim vai ter que dar um duro danado para conseguir que eles obedeçam com um pingo de entusiasmo.