Cotton de Tulear

História e Características Gerais da Raça
Este lindo cãozinho de companhia veio da ilha africana de Madagascar e é o protagonista de uma lenda bastante interessante. A história conta que por volta de 1500 os navios franceses faziam longas e tediosas viagens para as Ilhas Oceânicas. Para não se sentirem entediadas e solitárias, as damas a bordo levavam consigo um cachorrinho branco e bastante espirituoso, o Tenerife (ou Bichon Frise, como é chamado hoje em dia). Além de fazer companhia para as damas, eles também ajudavam a manter os ratos e camundongos longe dos navios. Numa dessas viagens houve uma grande tempestade e um desses navios afundou perto de Madagascar. Não se sabe a bandeira do navio e nem seu nome. Acredita-se que todas as pessoas a bordo morreram, porém os cãozinhos conseguiram sobreviver, nadando até a cidade mais próxima, o porto de Tulear, que ficava na parte sudoeste da ilha. Quando chegaram nesta vila, esses cães sobreviveram e se tornaram selvagens, vivendo na mata e cruzando com outros cães, uns terriers que já viviam por lá (provavelmente trazidos por antigos colonizadores). O cruzamento deles originou uma nova raça: o Coton de Tulear. Como seu pelo era branco e fofinho, deu-se o nome de “coton”, que em francês quer dizer algodão; e Tulear em homenagem a cidade de onde ele veio.

Para sobreviverem na ilha, os Cotons aprenderam a procurar comida e a se protegerem dos predadores. Atuando em matilhas eles caçavam grandes animais como o javali e atravessavam rios cheios de jacaré. A lenda conta que os rios de Madagascar eram cheios de jacarés loucos para comer os pobres Cotons quando esses atravessassem os rios. Para não se suicidarem, os Cotons desenvolveram uma “tática” bastante inteligente e criativa para atravessarem o rio. Eles procuravam a parte mais estreita do rio e ficavam lá de prontidão. Nisso, dois Cotons encontravam a parte mais larga do rio e ficavam lá latindo, fazendo muito barulho para chamar a atenção dos jacarés. Enquanto os jacarés eram atraídos por esses dois Cotons, o resto da matilha atravessava o rio com segurança na parte mais estreita. Quando os jacarés saíam do rio e começavam a escalar a margem lentamente (fora d’água ele perde sua rapidez) atrás dos dois bravos Cotons, os cachorrinhos corriam o mais rápido possível de volta para a margem estreita e a atravessava dando uma grande volta nos jacarés!

Anos depois os nativos da ilha se interessaram pela raça e começaram a domesticá-la e treiná-la. Agora o truque de latir para os jacarés no rio era usado também para travessia dos humanos. Séculos depois, a nobreza de Madagascar se apaixonou pela beleza e elegância do Coton. Os reis gostaram tanto do temperamento e inteligência do bichinho que fizeram uma lei que permitia apenas aos nobres de terem e criarem os Cotons de Tulear. Se um plebeu fosse encontrado criando um Coton, ele seria morto. Com essa lei, o Coton de Tulear virou o “Cão Real de Madagascar” e o “Cão Oficial de Madagascar” e já ganhou até selo em sua homenagem.

Os primeiros exemplares a deixarem a ilha foram levados por um francês um pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que esse homem prestou serviço à família real de Madagascar e foi pago com Cotons. Em 1970, os colonizadores franceses pagaram muito dinheiro para comprar exemplares da raça e levá-los para Europa. Anos mais tarde a raça era reconhecida como pura e rara pelo Kennel Clube Francês. Infelizmente devido às crises econômicas e políticas de Madagascar, hoje em dia ele está em perigo de extinção em sua terra natal. Lá até hoje, a lei ainda restringe a criação dos Cotons aos mais ricos. No resto do mundo, o Coton de Tulear ainda custa caro e continua sendo bem raro de se encontrar.

Tamanho:
De acordo com a Federation Cynologique Internationale, a raça é miniatura. Os machos pesam geralmente de 4-6 quilos e medem entre 25-32 cm. As fêmeas pesam entre 3-5 quilos e medem 22-28 cm.
A proporção altura – comprimento é 2:3.

Aparência:
Parece uma bola de pêlos brancos com um pequeno focinho preto. Olhos redondos pretos e bem atentos ficam escondidos por trás dessa pelagem toda. Dorso um pouco arqueado e musculoso. Patas redondas e pequenas, dedos um pouco curvados e bem juntos.

Pelagem e Cor:
Todo branco e um pouco ondulado com 8 cm de comprimento. Algumas mechas cinzas ou champanhes são aceitas, principalmente se forem nas orelhas. Alguns filhotes nascem com muitas mechas que aos poucos vão sumindo. Seu pelo não cai e tem textura de algodão. Bastante fofinho, macio, e seco. Sua manutenção é bastante fácil. Basta escová-los 3 vezes por semana para que não embaracem e fiquem com aquela aparência solta que se move com o vento. Excelente opção para quem tem alergia, eles não soltam pêlos e não tem cheiro forte (as fêmeas soltam apenas um pouco de pêlo quando estão no cio ou grávidas). Tosas não são necessárias.

Cabeça:
Pequena e retangular. O crânio tem perfil superior convexo. O stop não é muito acentuado. Lábios finos e pigmentados de preto. Dentes pequenos em mordedura torquês, prognata ou retrognata. Orelhas peludas e retangulares, portadas bem acima do crânio, dobradas na base e finas na ponta.

Cauda:
Mede aproximadamente 18 cm, grosa na base e fina na ponta. Quando está em descanso, a cauda desce até a altura do jarrete com a ponta curvada para cima.

Expectativa de vida:
Podem viver de 15-19 anos. Raramente ficam doentes e ainda não existem problemas genéticos significativos comuns da raça.

Perfil da Raça
Muito carinhoso, afetuoso, e simpático, o Coton de Tulear é um excelente cão de companhia. Provavelmente um dos mais calmos cães de companhia. Inteligente e espirituoso, se dá bem com todos da família e é muito leal. Apesar de adorar crianças, a raça não é recomendada para quem tem crianças menores de 8 anos em casa, pois elas podem ter energia demais para o peludo. A raça vive bem dentro de um apartamento, pois não precisa de ambientes grandes e nem de muitos exercícios. Porém é fundamental que ela possa correr, brincar e caminhar ao ar livre sempre que possível. Eles vão amar uma boa caminhada até a pracinha.

Conhecido por tentar falar com seu dono, o Coton presta muita atenção quando seu dono está falando, move sua cabeça pra um lado e pro outro como se estivesse tentando entender o que se fala. Emite sons, murmúrios e latidos como que querendo participar da conversa. Embora a raça seja reconhecida como “não latidora”, ou seja, não costuma ficar latindo insistentemente à toa, é preciso desde cedo ensiná-lo a controlar os “latidos de conversa” quando você não quiser ouvi-los.

Elegante e educado, consegue viver em harmonia com outros cães. Dificilmente alguma coisa o chateia. Mas ao mesmo tempo, essa “bola de pêlo branca” é um excelente cão de guarda. Curioso e vigilante, avisa logo que tem gente na porta. Bastante cauteloso, demora-se um pouco para ganhar sua confiança.

Os Cotons de Tulear se parecem com um bichinho de pelúcia e são verdadeiros palhacinhos. Mas atenção! Eles são bastante determinados e inteligentes. Aulas de treinamento em obediência básica são fundamentais para mostrá-los quem manda. Tranqüilamente difíceis de resistir por serem tão lindinhos e fofinhos, acabam ganhando carinhos e afagos em qualquer situação, mesmo que seja na hora em que aprontaram a maior bagunça! Esses cãozinhos precisam de companhia e sentem muito quando ficam mais de 4 horas sozinhos em casa, podendo inclusive sofrer de ansiedade de separação.

A manutenção do Coton não é tão difícil, aliás, ela é uma das mais fáceis se comparada com as do Poodle, Lhasa Apso, Shit-Szu e outros cães de companhia de pêlo longo. Porém, é importante acostumá-lo desde filhotinho com a escovação. Mesmo que seu pêlo ainda esteja curto, o ritual fará com que o Coton se acostume em ser escovado, pois quando adulto precisará passar por esse tratamento 3 vezes por semana. A escovação é fundamental para que o pêlo fique bonito, macio e sem nós.

Conhecidos como “o cão anti-stress” amam fazer a maior festa quando o dono chega em casa. Nessas horas, eles pulam, “dançam”, latem e correm de um lado pro outro. A cauda balança sem parar para tudo e para todos. Amam ficar ao lado de sua família e de serem acariciados. Super charmosos, são mestres em conquistar qualquer um. Podem fazer vários truques, como brincar de morto, andar em 2 patas, rolar e pular bem alto. Estão sempre de bom-humor. São muito leais e amigos. Gostam de brincar de bolinha, pique-esconde e de pega-pega. Se adaptam a qualquer clima, adoram frio e adoram nadar também. Os Cottons sempre trazem muita alegria e diversão para a família.

© LordCão Treinamento de Cães 2009