Boxer

História e Características Gerais da Raça
O nome Boxer deve-se ao peculiar hábito desse cão de erguer as patas dianteiras e fazer movimentos como se estivesse dando socos no ar. Apesar do nome Inglês, sua origem é alemã e vem de cães que caçavam javalis, cervos e até ursos.

Na verdade, o primeiro relato de um cão semelhante aos Boxers de hoje foi feito por um escritor alemão, no início do século 19. Ele descrevia um tipo diferente de Bullenbeissers (Mordedores de Touros, um cão popular na época) que era um pouco menor, tinha o focinho preto e com o maxilar inferior protuberante. Os Bullenbeissers eram cães fortes, com o focinho curto e o fato de terem a mandíbula inferior pronunciada era especialmente útil, pois eles eram usados por açougueiros e comerciantes de gado, e esta característica possibilitava ao cão a morder o focinho dos animais, que ficavam presos pelo nariz e não conseguiam se soltar mais.
Teria sido o cruzamento de um Bulldog Ingles, chamado Tom (na época eles eram parecidos com pequenos Mastiffs), e uma Bullenbeisser, chamada Meta Von der Passage, que teria iniciado a fundação do Boxer. Sete animais foram definitivos na criação da nova raça e na definição de seus padrões. São eles: Tom, Flock St Salvadore, Wotan, Bosco Immergrun (machos), Meta Von der Passage Alt’s Flora e Mirzl (fêmeas).

Em 1896 foi formado o primeiro Boxer Club em Munich, Alemanha, e em pouco tempo a raça estava conquistando admiradores no mundo inteiro.

Os Boxers são inteligentes, ágeis e vigorosos. Os alemães tinham esses animais em tão alto conceito que o usaram como os primeiros ajudantes policiais. Apesar de seu passado como caçador e cão policial, o Boxer tem hoje um temperamento brincalhão e se adapta muito bem a famílias com crianças.

Tamanho:
Machos: de 57 cm a 63 cm;
Fêmeas: de 53 cm a 60 cm (na cernelha).

Peso:
Machos: de 30 a 32 quilos;
Fêmeas: de 24 a 25 quilos.

Aparência:
Corpo anguloso e musculoso; pescoço forte e roliço; movimentos suaves e decididos.

Pelagem e Cor:
Pelagem macia, densa, curta e lustrosa. Cor de castanho-amarelada a castanho-avermelhada ou mosqueada, com manhas brancas em menos de 1/3 do corpo; focinho escuro. (Embora não seja tão raro assim, Boxers totalmente brancos ou com pequenas manhas de outra cor não são aceitos em exposições ou como padrão da raça).

Cabeça:
Crânio levemente arredondado, com focinho largo e quadrado; olhos ovais castanho-escuro; orelhas cortadas, eretas, altas, longas e afiladas.

Cauda:
Cortada e alta.

Expectativa de vida:
de 8 a 12 anos.
Uma Nota Sobre Boxers Brancos:
Cerca de 25% de todos os Boxers nascem na cor branca (mais de 2/3 do corpo na cor branca, com ou sem manchas de outras cores). Alguns acreditam que a surdez e a cegueira estejam associadas aos genes da cor branca e portanto muitos criadores acabam matando os filhotes que nascem com esta cor. Na verdade não existem dados e pesquisas científicas que comprovem esta teoria e muitas dúvidas sobre os Boxers brancos ainda não podem ser respondidas. Além disso, o Boxer branco é considerado fora dos padrões da raça, mas continua sendo um Boxer, ou seja, um cão de excelente caráter e amável com sua família.

Abaixo algumas observações feitas por criadores de Boxers, que optaram por não eliminar os filhotes brancos:

» Filhotes brancos não são raros;
» Aproximadamente 25% dos cães nascidos são brancos; » Boxers brancos NÃO são albinos;
» Boxers brancos podem ter queimaduras de sol mais facilmente;
» Algumas pessoas dizem que os Boxers brancos estão mais suscetíveis a contrair câncer e adoecem muito mais do que os outros, mas isto nunca foi provado;
» Para evitar que outras pessoas acabem criando Boxers brancos como se fosse uma raça nova e rara, criadores profissionais recomendam que eles sejam castrados;
» Boxers brancos possuem a mesma personalidade que os Boxers de outras cores;
» Se o cão possuir mais do que 1/3 de seu pêlo na cor branca ele É considerado como um Boxer branco, tendo ou não manchas de outras cores.

Perfil da Raça
O Boxer é um cachorro ideal para quem quer ter um cão amável com a família, gentil com crianças, e ao mesmo tempo que tome conta direitinho da propriedade. Principalmente se o dono não deseja lidar com um alto nível de agressividade comum aos cães de guarda como Akitas, Dobermans e Rottweilers, mas ainda assim quer um cachorro que saiba com intimidar estranhos que se atrevam a entrar em espaço proibido. O Boxer também tende a ser menos destrutivo do que as raças tipicamente de guarda.

O comportamento da raça é moderado em todos os aspectos.

Não costuma se alterar atoa (tanto que muitas vezes é usado como cão de guia para cegos), não é terrivelmente agressivo, mais também não é um “banana”. As fêmeas são sensivelmente mais calmas, obedientes, e menos agressivas com relação ao seu território. Já os machos são mais cabeças-duras, menos entusiasmados com treinamento, mais territoriais e bem mais dominantes. No entanto, se bem socializado e treinados com carinho e paciência, demonstram-se extremamente confiáveis e apaixonados pelo dono. Boxers são alertas, carinhosos com seus donos e tolerantes com crianças. Machos adultos costumam ficar “rabugentos” com outros cães, especialmente do mesmo sexo. Outro aspecto bastante interessante para uma raça de guarda é o fato dele ser razoavelmente brincalhão.

Um cuidado especial: Apesar de ter o pelo curtinho, o Boxer deve ser seco cuidadosamente, pois apresenta uma grande tendência para desenvolver reumatismo. Visitas rotineiras ao veterinário são aconselháveis a partir dos 6 ou 7 anos de idade.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren, o Boxer ocupa a 48ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas.

Durante o período de aprendizado eles irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.

Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência.

Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que, a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já sejam necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.

Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não se tornem “impossíveis”.

Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.

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