História e Características Gerais da Raça
Conhecido nos Estados Unidos como “The American Gentleman” o Boston Terrier ainda não é muito famoso aqui no Brasil. Sua origem é bastante controversa, alguns criadores acreditam que os primeiros exemplares da raça surgiram na Inglaterra e foram levados para os EUA, onde a raça tornou-se mais conhecida, outros acreditam que foi criado em Boston, Massachusetts, nos idos de 1800.
Sobre como foram criados, também há controvérsias, alguns criadores acreditam que tem em sua origem o cruzamento de diversas raças, entre elas o Bulldog Inglês, o Bulldog Francês, o Pit Bull Terrier, o Bull Terrier, White English Terrier e o Boxer. Outros apostam ser o cruzamento de Bull Terriers e Bulldogs.
Em 1889, um grupo de donos de Boston Terrier organizou o American Bull Terrier Club. Eles criavam e apresentavam seus cães como Bull terriers. Os donos de Bulldogs e Bull Terriers se opuseram a isso, então, em 1891 o nome foi mudado para Boston Terrier Club of America, foi escrito um padrão de como um Boston Terrier deveria ser e enviado ao AKC, que rejeitou. Em 1893 este padrão foi enviado novamente e então aceito. Foi então registrado o primeiro Boston Terrier.
Apesar de ter sido originalmente criado para briga entre cães, logo se transformou em cão de companhia e hoje é criado para ficar pertinho do seu dono.
Ainda é do tempo em que estes cães eram usados em rinhas que o seu padrão define o peso em categorias de peso leve, peso médio e peso pesado.
O Boston é um cachorro que se adapta muito bem a vida urbana. São muito limpos e não costumam ter muito cheiro. Seus pêlos não caem muito e não precisam ser muito escovados.
Esses pequenos cãezinhos gostam de exercício, mas se cansam facilmente. Uma voltinha no quarteirão é suficiente para deixa-lo feliz. Como outros cães com a cara achatada e focinho curto. Eles podem ter dificuldades respiratórias se submetidos a muito exercício ou excitação excessiva. É uma raça que costuma ter predisposição para catarata juvenil e dificuldades no parto. Por terem uma estrutura pequena e a cabeça grande em relação ao corpo o parto costuma ser por cesariana.
São sensíveis a temperaturas extremas, no inverno, é importante vestir uma roupinha para sair na rua e no verão tomar mais cuidado com longos passeios, principalmente sob o sol.
Tamanho:
embora a altura do Boston Terrier não seja definida nem no padrão da raça da FCI (Federação Cinológica Internacional) nem na AKC (American Kennel Club) , estes cães possuem, normalmente altura entre 38 a 43 cm na cernelha.
Peso:
O Boston tem seu peso padrão dividido em três grupos: menos de 16,5 quilos (FCI) ou 15 pounds (AKC)–chamados de peso leve entre 6,5 e 8,7 quilos (FCI), ou de 15 a 20 pounds (AKC)-chamados de peso médio entre 8,7 e 11 quilos (FCI), não podendo passar de 11 quilos, ou de 20 a 25 pounds (AKC), não podendo passar de 25 pouds-chamados de peso pesado.
Aparência:
A aparência do Boston é robusta e musculosa, compacto, sem ser atarracado. Seus movimentos devem revelar graça e potência. Mais parecido com os Terriers do que com os Buldogues.
Pelagem e Cor:
curto, macio, brilhante e de textura fina. A coloração pode ser rajada (tigrada) com marcas brancas, ou preta com marcas brancas, sendo o rajado o preferido. É desqualificante o preto solido, o rajado sólido , cor fígado, cinza, ou preto e castanho. O cão totalmente branco, sem marcas brancas, ou com as marcações de branco desproporcionais são penalizados. A simetria e proporção das marcas brancas são fundamentais para os cães que desejam participar de competições de conformação e beleza.
Cabeça:
crânio quadrado, com stop reto. A expressão ideal do Boston Terrier é alerta e gentil, indicando um alto grau de inteligência. Os olhos são bem separados, redondos e pretos. As orelhas são pequenas, retas, podem permanecer intactas ou serem cortadas conforme o formato da cabeça. O focinho e curto e quadrado, com a trufa preta.
Cauda:
pequena, curta e delgada, reta ou em parafuso
Expectativa de vida:
acima de 15 anos.
Perfil da Raça
Inteligente, brincalhão e alegre, o Boston é uma ótima raça para famílias com crianças e pessoas que gostam de um cachorro companheirão. Eles adoram crianças e podem ficar brincando por horas. É muito importante, se você pretende que uma criança se relacione bem com um cachorro, independente da raça, que esse relacionamento seja orientado, que a criança aprenda a tratar o cãozinho com delicadeza e brincar com cuidado, porque mesmo o mais bonzinho dos cães, não vai suportar calado apertões, puxões e pancadas. É muito importante também saber que crianças e cachorros não devem ser deixados sozinhos sem supervisão, nunca, em nenhuma hipótese. Tomando esses cuidados, as crianças e os Bostons podem ser grandes amigos pra vida toda!
Apesar de terem a palavra Terrier no nome, o Boston não tem nada da agressividade característica dos Terriers. Pelo contrario, são pacientes obedientes e se adaptam com muita facilidade a qualquer estilo de vida. Poderíamos dizer no entanto que os Bostons ainda guardam de seus “primos” Terriers a determinação, a vontade própria e um pouco de teimosia. Ainda sim são excelentes cães para donos de primeira viagem.
Sua inteligência e disposição para obedecer fez dele um cão muito querido como companhia. É muito sensível e tem uma capacidade enorme de dar amor e carinho para seus donos, por tudo isso, é um cachorro que detesta ficar sozinho e preza a companhia da família acima de tudo. Há muito tempo eles vêm sendo desenvolvidos para companhia e é necessário que seu dono saiba que precisa perder algum tempo todos os dias dedicando atenção exclusiva ao seu peludo. Eles nunca serão felizes como “cão de fim de semana” e apesar de não necessitarem uma grande quantidade de exercícios, nem de cuidados com o pelo, necessitam uma grande quantidade de atenção.
O que talvez muitos não saibam antes de comprar o seu Boston é que eles podem ser tornar valorosos cães de guarda. Não que eles sejam agressivos, embora sejam ultra valentes, mas eles dão alarme e são super atentos aos seus donos e ao seus territórios.
Outras características típicas da raça são o alto grau de sociabilidade com outros cães (mas machos podem brigar entre si), um pouco difíceis de treinar a fazer as necessidades num único local, são ótimos companheiros para pessoas com mais idade e sempre apresentam melhores resultados quando são treinados de maneira gentil e paciente.
No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren, o Boston ocupa a 54ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas.
Durante o período de aprendizado eles irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.
Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência.
Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que, a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já sejam necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.
Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não se tornem “impossíveis”.
Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.
© LordCão Treinamento de Cães 2009