Akita Inu

História e Características Gerais da Raça
Um cão que detém a honra de ser chamado de “Monumento Nacional”, o Akita Inu é uma raça originária da região Norte do Japão, chamada Akita. A maior das 6 raças Japonesas (Akita, Kai, Kishu, Ainu, Shikoku e Shiba), foram por muitos e muitos anos usados aos pares (machos e fêmeas) para cercar ursos e outros animais grandes, até que os caçadores chegassem para abatê-los.

Conhecido no mundo inteiro por ser o cão dos imperadores, e de que por muito tempo só à alta aristocracia japonesa era permitido possuir um exemplar destes cães, a verdade, pesquisada por criadores renomados, é que tudo não passou de uma grande invenção dos próprios japoneses para vender estes cães aos soldados americanos após a Segunda Guerra Mundial. Tal como espadas, armaduras e outros souvenirs, Akitas foram trazidos para a América por ex-combatentes, atraídos pela aparência massiva e forte do animal, e encantados pela lenda de realeza.

Mesmo a estória sendo uma farsa para aumentar as vendas e ganhar dinheiro fácil, o verdadeiro Akita não é menos nobre do que a lenda. Uma imensa estátua de um Akita, chamada Chuken Hachi-ko (Leal Cão Hachi), foi levantada nos anos 20, na estação de trem Shibuya em Tóquio. A homenagem é prestada pela lealdade do cão que por anos acompanhou e recebeu seu dono nesta mesma estação, quando ele ia e voltava do trabalho. Depois da morte de seu dono, em 1925, o cão continuou a ir, diariamente, na estação e ficava esperando pelo dono falecido até que último trem chegasse à meia-noite. Esta visitas duraram 9 anos até que finalmente Hachi morreu.

Estes cães eram largamente utilizados como cães de briga, no final do século 19. Com a proibição das rinhas em 1908 e a quase extinção da raça, em 1919 os japoneses passaram a incluí-lo na lista de monumentos naturais a serem preservados, mas não foi antes de 1931 que um número suficiente de Akitas (com as características que a raça apresenta hoje) podiam ser encontrados no Japão. Durante a Segunda Grande Guerra, nova baixa expressiva no número Akitas quase levou a raça a extinção. Desta vez eles estavam sendo usados como alimento.

Com o quase desaparecimento da raça, os Akitas foram muitas vezes cruzados com outros cães (Pastores Alemães, Tosa Inus, São Bernardos e Mastiffs), descaracterizando o tipo original. Foram justamente estes cães descaracterizados que chegaram na América do Norte ,por volta dos anos 40, e começou a desenvolver-se um tipo diferente dos cães originais do Japão. Os Akitas japoneses são mais leves, delgados, sem máscaras e apenas as cores branca, tigrada, sésamo e vermelha. Manchas brancas são permitidas, mas não desejadas. Os cães americanos são maiores, mais pesados e mais “socados”, e normalmente apresentam uma máscara preta na face, além de aceitar qualquer combinação de cores. Esta aparência mais agressiva, ameaçadora e intimidadora, conquistou todo o ocidente, interessado em usar estes cães como cães de guarda.

Tanta diferença entre os dois tipos tem gerado grande problema para criadores do mundo inteiro. Com o aprimoramento da definição do padrão da raça pelo Japão, em 1992, instituições ligadas à FCI (Federação Cinológica Internacional), que reconhecem apenas o Akita japonês, passaram a não aceitar cães com máscaras em competições e como reprodutores. A saída parece ser a criação de uma variedade dentro da raça ou mesmo a criação de uma nova raça. O Akita Americano. Infelizmente nenhuma alternativa parece agradar a todos criadores, amantes e interessados.

Além de caça e luta entre cães e cão de guarda, o Akita também já foi usado como cão policial, como cão de terapia para doentes e no trabalho de puxar trenós. Hoje em dia eles são mais conhecidos pela sua capacidade de tornar-se uma excelente companhia e cão de família.

Duas vezes por ano os Akitas perdem seu sub-pêlo e isso significa MUITO pêlo caindo. Normalmente, o período de “muda” dura umas 3 semanas, e após esta queda intensa, os Akitas praticamente não perdem pêlos.

Tamanho:
Machos: de 63,5 cm a 70 cm (Japoneses) e 71 cm (Americanos);
Fêmeas: de 57,5 cm a 65 cm (Japoneses) e 66 cm (Americanos) (na cernelha).
Peso:
varia entre 35 a 40 quilos.
Aparência:
Corpo musculoso, proporcional, com formas poderosas; movimentos equilibrados e decididos. Os exemplares Americanos são mais robustos que os Japoneses.
Pelagem e Cor:
Pelagem lisa, espessa, com sub-pêlo denso e macio; pêlos da cabeça, orelhas e pernas mais curtos e mais macios do que o resto do corpo; Cor branca, sésamo, vermelha com ou sem manchas brancas e tigrado, sempre sem máscara (Japoneses). Os exemplares Americanos podem ser de qualquer cor, inclusive branco e preto, com ou sem máscara.

Grande Cão Japonês
Cabeça:
Crânio reto, com focinho largo; olhos pequenos, escuros e triangulares; orelhas pequenas, eretas, triangulares, levemente inclinadas para frente. Os Akitas Americanos possuem orelhas maiores, menos inclinadas para frente e com o crânio maior e mais largo.
Cauda:
Grossa e forte, carregada enrolada sobre as costas.
Expectativa de vida:
De 10 a 12 anos.

Perfil da Raça
Akitas são inteligentes, leais, devotados, alertas, corajosos e esnobes com estranhos. .Aprendem rápido e tornam-se entediados, igualmente rápido.

Para aqueles que não conhecem a verdadeira essência de um Akita, a raça parece ser teimosa e desinteressada. Na verdade Akitas são muito cooperativos, se os métodos corretos de treinamento forem usados. Com estes cães dificilmente métodos a base de força bruta surtem efeito. Se tratados com gentileza, bom humor, paciência e de forma motivacional, os Akitas terão o maior prazer em demonstrar o quanto gostam de trabalhar junto de seus donos.

Eles se adaptam facilmente a diferentes condições climáticas e são excelentes cães de guarda, sem ficar latindo sem necessidade ou excessivamente. Ao mesmo tempo que são dengosos e amorosos com seus familiares, um Akita não hesitará a atacar qualquer estranho que tente entrar na propriedade sem ser convidado.

Graças ao seu passado como cão de briga, Akitas tendem a ser um tanto quanto agressivo com outros cães, especialmente do mesmo sexo, e justamente por isso a socialização do filhote é extremamente importante. Também devido as suas características territoriais, e força física, todo dono de Akita deveria introduzir os comandos básicos de obediência o mais cedo possível, tornando o filhote mais controlado e menos dominante. Para passear na rua, o uso de coleira deve ser constante. Uma outra observação feita por criadores experientes, é que casais com crianças em idade inferior à 5 anos deveriam evitar de ter um filhote de Akita em casa. Segundo estes criadores, um casal com crianças pequenas dificilmente terão a disponibilidade de tempo necessária para dedicar ao cachorro, para treiná-lo, exercitá-lo e educá-lo afim de tornar o cão dócil e obediente. Além disso, qualquer criança pequena nunca deveria ser deixada brincando com um cachorro sem a supervisão de adultos.

Uma outra característica da raça que requer atenção especial é a tendência que estes cães têm de ser exímios puladores. Para garantir a segurança das pessoas e dos cães, é necessária atenção redobrada na altura dos muros e cercas, além de desestimular o filhote desde pequenininho a pular nas pessoas.

Akitas são cães limpos, que não devem ter dificuldade em aprender a fazer xixi e cocô em áreas preestabelecidas. Apesar de ser uma raça bastante independente, preferem estar perto dos donos do que sozinhos no fundo do quintal. Exercícios regulares são recomendados para evitar que o cachorro se torne entediado e destruidor.


Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.

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